sexta-feira, 19 de junho de 2009

BIOGRAFIA


Antonia Edilene Soares Pereira (1979), piauiense, filha de Catarino Pereira do Nascimento e de Maria da Cruz Soares, ambos agricultores de uma mesma região rural município de São João da Serra. Teve uma vida de dificuldades, foi a escola pela primeira vez aos sete anos. Fez seus primeiros estudos com uma professora bastante primária. Segue para a cidade morar em casa de estranho para concluir o ensino fundamental. Conhece Antonio, seu esposo, por quem se apaixona, vive um grande amor, sem perder de vista seu objetivo maior (estudar).Casa-se em março de 1997, muda-se para Altos/PI, terra natal de seu esposo. Engravida no mesmo ano, ingressa no magistério, e ao final de 1997 em 25 de dezembro, nasce o primeiro filho do casal, Emanuel, tão esperado por todos.Ao concluir o magistério já estava embebida pela educação. Aprovada no vestibular em Letras/Português, trilha caminho a educação, logo em 2002, tem sua primeira experiência com alunos do EJA, 3º e 4º ciclo, na Unidade escolar Afonso Mafrense, no ano seguinte é aprovada em teste seletivo no estado, trabalha 2 anos no ensino Médio, no mesmo período é convidada a comentar obras em pré-vestibulares. Amante da literatura chega a ser voluntaria em projeto da Universidade. Em setembro de 2003 tem sua filha Alice, princesa que acompanhará. Nenhum problema nessa vida fez com que desistisse de estudar.Em 2006, é aprovada no concurso efetivo no estado, segura na profissão faz pós-graduação em Metodologia de Língua Portuguesa e Literatura, com alguns cursos de formação continuada. Atualmente é professora em uma cooperativa de educação (COOED) e formadora no programa GESTAR II em Beneditinos/PI, e busca aprender todos os dias.

MEMORIAL
Buscando apreender


As letras sempre me encantaram. Desde que meu pai era professor pelo método MOBRAL, tinha curiosidade, folheava aqueles materiais folha a folha, fingia leituras fantásticas, e sempre que o meu pai me surpreendia fazendo isso ele repreendia, dizia que ainda não era hora, tinha de esperar ser matriculada e ter o meu próprio material.Os anos passavam e a ansiedade aumentava, os meus pais sonhavam em ter filhos formados e mediante a sua condição financeira não viam tantas possibilidades, mas sempre incentivaram ir à escola, sabiam desta importância. Sem conhecer nem um livro infantil éramos matriculados logo na 1ª série aos 7 anos de idade.A chegada dos meus sete anos no dia 11/01/1986 foi concebida com muita alegria, pois o ano iniciava e eu tinha consciência que seria matriculada, contava os dias, sonhava à noite, acordava achando que já começava a aula no dia seguinte, tanto foram ansiosos como de angústia a espera daquele momento que era tão especial.Na véspera meu pai chegou com o nosso material: um caderno pequeno, um lápis com borracha e um livreto semelhante a tabuada, o famoso ABC, com material em mãos a ansiedade aumentava, à noite veio a insônia, pensamentos flutuavam, meu corpo e alma eram tão leves, que quase não me sentia, foi um sono conturbado. O dia amanhecia, o aviso vinha das galinhas que gritavam, desci rapidamente da rede e quando a mamãe ainda preparava o café, eu chegava do riacho, e agora de banho tomado começava a trocar de roupa, não tinha uniforme e a roupa era de uma simplicidade, que naquele dia senti-me uma pessoa muito importante, sem tomar café direito me juntava aos meus seis irmãos mais velhos que iriam a mesma escola, e trêmula partimos juntos.A escola situada em zona rural, não era um prédio comum, era a sala da casa do meu tio. Com um quadro de 50 cm, 2 bancos com 4 pernas e alto para criança fui ajudada para poder sentar, sem mesa, segurava aquele minúsculo material nas mãos assim como todos aqueles outros.A turma era uma só, porém tinha todas as séries e a professora primária não dava conta de atender todos os alunos; eu que esperei tanto tempo, poderia esperar mais. Mas toda manhã terminou, fomos liberados e a professora não teve tempo de me dá atenção. Foi bastante frustrante. Retornei outros dias a escola, o método que aprendi a ler era bastante diferente do atual, soletrava-se a palavra gafanhoto desta forma: gagá - fafá - nhonhó - totó – gafanhoto, chechéfeféririfefé – xerife, era bastante complicado olhando hoje, mas na época não tive dificuldade, após um ano de frequência a escola eu aprendi a ler e escrever, hoje vejo que foi incrível, no entanto minha coordenação motora não foi desenvolvida e até hoje isso reflete de forma negativa em minha vida no que diz respeito a dobradura, pintura e trabalhar com pequenos objetos.A menina ansiosa e curiosa continuou sonhando, fiquei 2 anos sem estudar porque na cidade não existia escola pública de 5ª a 8ª série, nem lugar para ficar. Em 1993, dirigi-me a cidade com novos sonhos, estudar era meu propósito e neste período conheci a professora Joelina na 7ª série, professora de Língua Portuguesa, me chamava atenção pela disponibilidade, respeito e amor pela sua profissão, comecei a vê-la como um exemplo, alguém humilde, mas nada de deprimida e triste, espírito de luta, consciente cidadã e ficou na minha vida como exemplo.O curso pedagógico foi no início a falta de opção em minha cidade. Durante o curso conheci a teoria e algumas obras de Paulo Freire, tive certeza de que a minha área era educação, os livros Educação e mudança e pedagogia do oprimido reafirmaram em mim o amor pela educação.Na preparação para o vestibular encontrei muitas dificuldades, mas a leitura do poema “Mar Portuguez” lido pela professora Patrícia reafirmou e me fez levantar para a vida. Aprovada no vestibular para Letras/Português, conheci de fato a literatura e o professor Kiko despertou em mim a paixão pela disciplina, foi tão intensa que hoje não consigo enxergar minha vida profissional e pessoal, sem a presença da literatura, a mesma invadiu a minha vida, consome meus sentimentos, estou casada com ela.Apesar de nenhuma escola pelas quais passei, terem oferecido bibliotecas, consegui ter muitos livros através de empréstimos e compras, a minha formação superior, deixou bastante a desejar por parte da instituição, procurei exemplos de professores que arrojaram com projetos, dinâmicas, profissionalismo, determinação e amor pela profissão, professores que despertaram em muitos o gosto pelo teatro, a música e livros.O livro que marcou a época de ensino superior foi “Eu” de Augusto dos Anjos, por abordar dentro da poesia diversos aspectos; poético, filosófico, científico, sociológico... e ainda ser diferente de outros que seguiam normas da escola da qual participava, foi homem e poeta de um tempo indefinido.Minhas leituras estão sempre ligadas ao prazer e a necessidade. Leio livros que passam abrir horizontes e assim mudar as minhas práticas e posturas mediante a conteúdos atuais de revistas, jornais, internet que me mantém informada e atualizada, e a leitura por prazer que variam de quadrinhos a romance e isso muito depende de humor. Haverá dias que lerei obras de conteúdo muito alegre e outros bastante mórbido.Não sou ainda a leitora que preciso e desejo, busco todos os dias melhorar, principalmente incentivando novos leitores.

RESENHA
LEMLE, Miram. Guia teórico do alfabetizador. 11 ed. São Paulo: Ática, 1955.


Para falar sobre alfabetização autora vale-se de teorias e experiências práticas, para realizar esse trabalho percebe-se que o autor baseou-se em pesquisas tanto no processo com o alfabetizador como com o alfabetizando. O livro ao contrário do que imaginamos ao ler o título, não se trata de ensinar metodologia ao alfabetizador, mas ilustrar as etapas do processo, para que o profissional possa respeitar e entender cada alfabetizando de acordo com o estágio em que se apresenta o aprendiz.A intenção deste trabalho contido neste teórico é discutir alguns critérios sobre o processo de alfabetização. São adotados critérios de divisão dos capítulos, tendo como sequências os estágios de seus alunos. A obra é dividida de forma simples distribuída em capítulos, porém resulta em um trabalho rico, compreensivo e o educador será capaz de identificar o estágio em que o aluno se encontra, e o que deve ser feito em cada etapa.Logo na introdução o autor já apresenta uma lógica e utiliza de mecanismos coesos, oferecendo ao leitor a vontade de desvendar cada capítulo, pois de forma sucinta ele apresenta toda a proposta do livro. O segundo capítulo inicia propriamente o assunto e começa com uma abordagem sobre o que o alfabetizando precisa fazer e as capacidades necessárias para a alfabetização, iniciando pela compreensão que o mesmo deve ter sobre os tracinhos na folha do papel, entender que ali existem palavras e sentidos. Os símbolos, o som e a letra representam e entender que os símbolos não são iguais a objetos, mostrando as três capacidades analisadas. A primeira é a capacidade de compreender a ligação simbólica entre letras e sons da fala. A segunda a capacidade de enxergar as distinções entre as letras. A terceira é a capacidade de ouvir e ter consciência dos sons da fala, com suas distinções relevantes na língua. Acrescenta uma quarta que é o que chamamos de acasalamento de som e sentido, esse problema capta o conceito de palavra, e nesse sentido o aluno junta uma palavra a outra. Ainda nesse capítulo é ressaltado a importância de trabalhar primeiro o que o aluno já conhece, sem desconsiderar palavras que possam enriquecer o vocabulário, elaborando uma sequência que divide em 505 problemas na alfabetização.O terceiro capítulo é o da alfabetização, também dividido em problemas – o primeiro é compreender que há uma simbolização entre som e letra e aí aborda as complicadas relações entre som e letra e a correspondência entre a letra e o som, e fala sobre os casamentos monogâmicos, a poligamia e a poliandria. Nesse estágio o aluno percebe que o mundo das letras é um processo bastante difícil.Avalia ainda o processo ortográfico, apresentando os problemas e falhas que o chama de primeira, segunda e terceira ordem e afirma que a única forma de sabermos a escrita das palavras é conhecendo-as e memorizando-as.O quarto capítulo trata da variação na língua falada e a unidade na língua escrita. Mostrando que a língua está em processo de mudança e como essa variação pode afetar a aprendizagem. Os outros capítulos conclamam os problemas já citados anteriormente como resultado de princípios que ao longo do processo de alfabetização forma sendo problema também social, mediante dificuldades de professores com alunos em série mais avançada e que ainda não dominam estes estágios de leitura. Assim os professores fogem das salas de alfabetização e segundo a abordagem neste capítulo a experiência amadurecida seria capaz de surtir efeito, com preparação teórica e uma prática adequada a cada alfabetizando.Além dos conhecimentos abstratos a obra apresenta instrumentos que somente o professor detém; força de vontade, criatividade, iniciativa entre outras coisas.Em linhas gerais entende-se que o autor aprofunda o tema, quando acrescenta nos outros capítulos a variação na língua falada e a unidade na língua escrita, mostrando que a língua está em constante mudança além de inseri-lo no contexto político, afinal o processo de alfabetização não limita-se apenas a sistematização da fala e da escrita; o alfabetizando precisa entender os sentidos que esse código escrito e falado representa, para que assim possa estabelecer relações de sentido. A alfabetização torna-se profunda, á medida que avançamos com o estudo sistemático como esse, que avalia todas as etapas do alfabetizando.Além dos conhecimentos abstratos é preciso que o alfabetizador disponha de outros instrumentos como; a criatividade, a disponibilidade, inventividade e principalmente confiar na capacidade de desenvolvimento de seus alunos. O professor alfabetizador é principalmente um maratonista, tem de buscar todos os dias superar o record anterior. É por isso mesmo que a maioria dos professores fogem das turmas de alfabetização, pois até temos bastante professores que conhecem a teoria do processo de alfabetização, mas sua prática é bastante pobre, porque esse professor que assume pode tanto ser visto como o professor quanto o exterminador, que apaga, queima etapas, desrespeita o nível de aprendizagem dos alunos e fracassa como alfabetizador.Os estudos nesta área ainda tem muito a ser feito principalmente no que diz respeito a prática. As informações até chegam até o educador, o difícil é encarar o trabalho com responsabilidade.Enquanto educadores somos julgadores, eliminamos separando os alunos; este aprende, este não passa de ano, aquele não sabe ler nada, esquecendo que a alfabetização é muito mais ampla, não aproveitamos o aluno em suas peculiaridades, somos generais da elite, o aluno deve estar no “padrão” fora dele são eliminados. Mas com que direito e poder posso classificar um aluno?A autora deixou de mencionar um elemento que acelera o processo de alfabetização e que pode até vir antes da primeira etapa – conhecer os símbolos, a letra e o som. Seria fazer os alunos encantarem-se pelas histórias para depois reconhecerem o fascinante mundo das letras, de forma lúdica. Haja visto que a criança que ouve muitas histórias, aprende a fazer relações e aumenta a sua perceptividade e o poder de interpretação. Estas colocações são destinadas a todos aqueles profissionais que precisam encorajar-se a alfabetizar e respeitar seus alfabetizados, conduzindo assim um trabalho de sucesso. edilene.superprof@gmail.com

Apreciação Literaria(O CORTIÇO)
(Aluísio de Azevedo)

Sem dúvida alguma é o melhor romance de Aluísio de Azevedo. Neste livro o autor consegue transformar o ambiente “Cortiço” em um grande personagem coletivo, autor naturalista trilha uma linha determinista e o leitor consegue visualizar as cenas, os gestos das pessoas, o comportamento da maioria dos personagens já é esperado, e aos poucos conduz passo a passo o destino de cada um.A denúncia social é evidente, com uma amostra de imigrantes, trabalhadores de todas as raças, em especial os trabalhos braçais, a história de escravidão de Bertoleza, o colono Jerônimo, o oportunista João Romão e outros personagens que à maneira desses apresentam seus problemas, que é refletido no próprio cortiço. É um painel de amostragem de um povo regido pelo o que o meio oferece, retrata a história real de imigrantes que em busca de melhores condições de vida, amontoavam-se e entregando-se as leis instintivas e ao meio como produto.Os espaços físicos “O Cortiço” e o cabeça de gato disputavam forças econômicas e sociais, esse antagonismo é mostrado de fora para dentro dos personagens, o homem é analisado principalmente pelo o seu comportamento.O livro é um retrato vivo da sociedade do século XIX, expansão da miséria em virtude do surto do capitalismo, o espaço era urbano, pois todo setor industrial era voltado para as grandes cidades, aumento do proletariado, mão-de-obra maciça de estrangeiro daí o cortiço ser essa proliferação de raças, onde muitos abandonam sua própria cultura adaptando-se ao meio.A nudez serve de elemento vivo para uma amostragem científica e social. O autor colhe personagens vivos e insere em uma ficção em uma ficção apenas no nome de personagens, pois os problemas apresentado podem ainda ser atribuído ao século XXI, dando assim uma extensão em seus personagens e espaço. Ainda hoje os trabalhadores que migram para as grandes cidades convivem com essas dificuldades, por isso mesmo a obra cumpre o seu valor literário.

FORMAÇÃO INICIAL 40 HORAS
DIAS 10 À 14 DE NOVEMBRO DE 2008


Foram dias de muitas dúvidas, com relação a muitas coisas, a cada dia vivenciamos novas experiências, aprendi muito com a formadora Carol e colegas que, além de repassarem confiança, ensinaram-me com suas experiências e sugestões. A partir do terceiro dia senti falta de uma prática, pois não conhecia o programa e senti medo de não saber aplicar essa prática com os meus cursistas, mediante as dúvidas tentei esclarecer, não era uma questão de conteúdo, pois a formadora em nenhum momento falhou com a teoria, o problema era a prática.Devo dizer que nenhuma formação continuada, nem mesmo a graduação e pós-graduação haviam me trazido tantas chances quanto a que o GESTAR me ofereceu, não me senti cansada, chateada ou qualquer coisa assim, ao contrário queria que continuasse, me abriu novos caminhos, mudei o meu olhar em relação aos programas de formação, sai de lá recheada de novidades, como sede de mudança e muito melhor como profissional.

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