domingo, 19 de julho de 2009

Apreciação de textos e livros teóricos

Geraldi, João Vanderlei: O texto na sala de Aula. Capítulo 2. Como avaliar a intertextualidade? Pág. 17 a 39. 2° edição Cascavel 1884.
Para falar de avaliação textual o autor deste texto mostrou que já está baseada em pesquisas, leituras de autores conceituados como: Charolles Beaugrandes e Dressler dão ao texto uma credibilidade, as citações sobre os critérios avaliados por cada teórico que valoriza ainda mais o texto.
A intenção deste pesquisador é discutir alguns critérios sobre a avaliação de texto, são adotados alguns critérios que conseguiu reunir durante seus estudos. A intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, incluindo ainda a informatividade, levando em conta a intertextualidade que ás vezes é desconhecido do leitor, mas, muito real para o autor.
Os critérios para analise de coerência e da coesão citados por Charolles não são contestada pelo autor mais acrescentando mais um ingrediente dentro da avaliação de texto. Segundo Charolles os critérios básicos para avaliar a coerência e a coesão de um texto e verificar a continuidade, a progressão, a não-contradição e a articulação. O autor deste texto cita ainda a não universalidade.
Em linhas gerais entendemos que um texto depende de um conjunto de elementos que estão ligados ao leitor e do recebedor. É preciso avaliar uma totalidade. O texto é incoerente quando não conseguimos nos comunicar, e compreender a mensagem, a subjetividade está diretamente ligada ao texto.
A coerência e a coesão de um texto são constantemente impostas pelos profissionais da área e pouco discutidas. Todos os critérios citados por estudiosos na área fazem nascer no leitor uma ânsia de aprender ainda mais quando comparamos esses critérios aos dos profissionais que avaliam ainda hoje, os discursos baseados em gramática – coesão e um sentido – coerência, que é avaliado apenas sobre a perspectiva do leitor, sem considerar intenção situação, informatividade e outros itens que deve ser levado em conta, a verificação global.
Enquanto leitores somos exigentes, julgadores em uma banca de correção de redações, eliminamos os textos de um valor imenso, apenas porque desconhecemos o universo textual.
O autor deixou de mencionar a validade e aplicabilidade de um texto. O leitor interessa-se pelo texto que pode ser aplicado em sua vida, ou ao menos servir e apoio a ele entrando aí a intertextualidade, pois, um texto com sentido amplo se aplica a situações conhecidas. A final quando faço uma redação em um vestibular não dirijo em especial ao recebedor, mas, em uma situação tentando universalizar o assunto. Mas é provável que o leitor desconheça algumas informações. Qual é o direito então de alguém que corrige desprezar uma informação porque (o) (a) desconhece? Tenho mesmo que agradar ao leitor que desconheço?
Os estudos nesta área ainda têm muito a ser feito, principalmente no que diz respeito a prática, pois esses conhecimentos até chegam a alguns, mas continuamos a obedecer aos padrões da gramática. O profissional no dia-a-dia prefere o mais fácil sendo passivo enquanto destruidor de discurso. Considerar uma totalidade para o profissional é motivo de trabalho e sujeitos passivos odeiam trabalho. Até quando o profissional será cúmplice de uma morte lenta, exclusivamente classificatória?
Estas colocações são destinadas a todos aqueles profissionais que precisam conhecer os critérios já existentes em torno do assunto em especial aos que corrigem textos com a intenção de classificar.
ROCH, Ingedore e TRAVAGLIA, Luiz C. A Coerência Textual. São Paulo: Contexto, 1991.
______. Texto e Coerência. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
______. Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989.
Revista Semestral da Associação de Leitores do Brasil. Leituras: teoria e pratica.
Campinas, em co-edição com a Editora Mercado Aberto (Porto Alegre).
LAJOLO, Marisa. Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo. São Paulo: Ática, 1993.

APRECIAÇÃO LITERÁRIA
Montello, Josué
“O carrasco que era santo”
- São Paulo: códice, 2006.
Narrada em 1° pessoa, o autor relembra um momento ocorrido em sua infância, em um de seus contatos com as histórias. Através da tia Bilu, enquanto tricotava, contava histórias que marcaram sua leitura. Josué Montello revela o quanto era perspicaz, ansioso impaciente, mas apaixonado por historias. Traz em sua bagagem cultural, grande experiência com a leitura e escrita, começou ainda cedo e atuou durante setenta anos na carreira literária, autor maranhense, dono de uma vasta produção. Ele traz neste livro uma historia que ao longo de seu enredo, servem de reflexão ao jovem atual.
Os exemplos dele integrado ao texto podem reconhecer a importância de um bom contador de historias, haja vista que a tecnologia aliada a uma sociedade individualista tem colaborado e muito para o desaparecimento destas pessoas na vida das crianças e adolescentes. Tia Bilu representa uma personalidade em extinção dentro da sociedade moderna, as tias, os avós e até os pais foram ao longo do tempo substituídos por entretenimentos, como: a TV, computadores, games... A preservação destas espécies é essencial para que as crianças e adolescentes possam através destas historias reconhecerem valores humanos já perdidos, o gosto pela leitura, o contato afetivo, a possibilidade de questionar, e principalmente de manter vivo nosso espírito de criança.
Podemos reconhecer a importância de nossa atitude como leitor, nas palavras de tia Bilu, que estão cuidadosamente preparando o leitor e ouvinte, salientando a paciência, aguçando a curiosidade e despertando o gosto pelas historias, como ingredientes tia Bilu, mistura o real a fantasia, fascinando o leitor e fazendo-o viajar, imaginar, uma transgressão do real ao imaginário, fazendo com que o ouvinte sinta prazer e reflita ao mesmo tempo.
Nesta mesma historia, é possível refletir sobre: a pena de morte, a passividade do rei (autoridade política incontestada) a normalidade como os moradores presenciam a execução, são temas que despertam o leitor curioso a questionar os fatos. o autor sutilmente nos aponta como uma destas pessoas. O titulo da história e a forma como tia Bilu a conduz é que faz o menino sugar da tia toda história e sem se cansar.
Como faz falta aos nossos filhos, alunos e qualquer pessoa alguém com a paciência e a beleza espiritual de tia Bilu... Saudades do tempo em que meu pai reunia os vizinhos e filhos, após um longo dia de trabalhos e lia a luz de uma vela aqueles romances em cordel. Foi nestas leituras e momentos que me identifiquei com Josué.

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